Médico afirma que Transplante de cabeça entre humano pode se tornar realidade em apenas 2 anos
Primeira tentativa de transplante de uma cabeça humana será anunciada em junho de 2015 em conferência de cirurgiões nos EUA. A tentativa será uma estratégia para incentivar e reunir profissionais que possam se interessar pelo trabalho.
O idealizador deste procedimento cirúrgico, diz que é preciso ainda superar alguns obstáculos, mas a cirurgia já deve acontecer em 2017. É previsto que após acordar do transplante, o paciente seja capaz de se colocomover, sentir e até mesmo falar com a mesma voz de antes. De acordo com o News Scientist, muitos já se prontificaram a participar do procedimento.
O procedimento frisa para prolongar a vida de pessoas que sofrem de problemas degenerativos nos músculos e nervos ou até mesmo aqueles cujos órgãos sofreram com câncer.
Um dos principais obstáculos para o grande sucesso é a fusão da medula espinhal com a cabeça transplantada e no controle do sistema imunológico do corpo para não rejeitar a nova cabeça.
Procedimento
O cirurgião responsável publicou recentemente material com as técnicas diferenciadas que ele acredita serem possível para realização do transplante. As técnicas envolvem:
No resfriamento das partes do transplante para estender o tempo que as células do corpo podem sobreviver sem oxigênio. Antes da medula espinhal de cada pessoa ser cortada, o tecido que envolve o pescoço é dissecado e a maior parte dos vasos sanguíneos são conectados através de pequenos tubos. Segundo o cirurgião, o corte das medulas é a chave para o procedimento.
A cirurgia conecta a medula da cabeça do doada ao novo corpo e sutura os músculos. O plano cirúrgico consiste em manter pessoa que recebeu a cabeça em coma induzido por três ou quatro semanas para evitar que ela se mova. Nesse tempo, eletrodos implantados no corpo irão estimular a medula — de acordo com uma pesquisa divulgada recentemente, esse estímulo pode fortalecer as novas conexões nervosas.
A respeito da possibilidade de rejeição do sistema imunológico ao transplante, o médico diz não pensar que seja um grande problema atualmente. Segundo ele, isso se deve ao uso de substâncias capazes de controlar a aceitação de grandes partes de tecido nervoso, assim como ocorre em transplantes de coração e fígado.
Testes em animais
Em 1970, a primeira cirurgia do tipo teve sucesso. Um grupo da escola de medicina da Universidade Case Western, em Cleaveland, Ohio, transplantou a cabeça de um macaco no corpo de outro. O animal viveu nove dias até seu sistema imunológico rejeitar o transplante. No entanto, nenhuma tentativa de unir a medula espinha foi feita, deixando o animal paralisado.
Algumas tentativas de transplantes de cabeça foram feitas desde então e os procedimentos cirúrgicos envolvidos no processo evoluíram. “Penso que estamos no ponto em que todos os aspectos técnicos são possíveis”, declarou Canavero.
Chances
A revista ouviu diversos especialistas na área que se disseram céticos em relação à viabilidade da técnica. Alguns ressaltaram pontos técnicos difíceis de resolver, tais como a dificuldade de fazer o paciente passar pelo coma de forma saudável.
Outros levantaram dilemas éticos, como a possibilidade de que, se der certo, a cirurgia seja usada para fins cosméticos. Ou disseram que o procedimento pode até se tornar realidade, mas não em um prazo tão curto.